Psi — o símbolo que habita as profundezas
- Espaço Psi

- 23 de ago.
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Atualizado: 11 de set.

Há símbolos que atravessam culturas e tempos, guardando em si camadas de sentido. A letra Psi (ᵠ) é um deles. Penúltima letra do alfabeto grego, ela carrega histórias que vão da mitologia à psicologia, unindo o imaginário dos mares, dos deuses e da alma humana.
Na Grécia Antiga, Psi representava o tridente de Poseidon — deus das águas e dos oceanos. Para os romanos, era o tridente de Netuno. Para os hindus, remete a Shiva, o criador, o destruidor e aquele que preserva a vida.
Esse objeto de três pontas simboliza poder, força e o universo. Na mitologia, ao cravar o tridente na Terra, os deuses podiam acalmar ou agitar os mares — imagem potente para falar da inconstância da vida.
Shiva, em sua tríade, representa inércia, movimento e equilíbrio — ou, em outro olhar, passado, presente e futuro.
Na mitologia grega, depois da vitória dos deuses do Olimpo sobre os Titãs, o mundo foi dividido em três reinos: as águas e os oceanos (domínio de Poseidon), os céus e a terra (de Zeus), e o mundo subterrâneo (de Hades). É das profundezas marinhas que nasce a associação entre Poseidon e a psique.
Na etimologia grega, psiche significa “alma” e psicheim quer dizer “sopro” — o sopro de vida, o sopro da alma. Essa ligação entre mar, vento e alma foi também inspiração para Freud associar Psi às forças inconscientes. Na psicanálise freudiana, o tridente pode representar a tríade id (inconsciente), ego (pré-consciente) e superego (consciente). Já para Jung, Psi simboliza a alma, o Self e a mente, dialogando com a busca pela totalidade.
Cada ponta do tridente pode ainda evocar:
O tripé das correntes científicas: comportamental, psicanálise e transpessoal.
Ou as pulsões humanas: sexualidade, espiritualidade e autoconservação.



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